sexta-feira, 13 de abril de 2012

No escurinho do D.A.

Olá, pessoal.
Gostaríamos de, mais uma vez, divulgar o projeto do D.A. Veterinária da UFRPE em parceria com o Laboratório de Humanidades da UFRPE:

No Escurinho do D.A.


O propósito do Diretório Acadêmico é aproximar tanto os estudantes dos diversos períodos do curso de Medicina Veterinária da UFRPE, como os dos demais cursos da universidade para debater as impressões e emoções denotadas pela experiência do filme como proposta humanizadora, além de promover um contraponto para a formação que temos através do modelo tecnicista atual do ensino superior em Pernambuco.
O Diretório Acadêmico propõe uma votação para a escolha de um filme para a próxima edição do "Escurinho" e disponibiliza no Blog do D.A. Veterinária UFRPE - Humanidade as sinopses dos filmes propostos.

O LabHum propôs para votação o filme "A Ilha de Dr. Monreau"



Dá uma olhadinha na sinopse:

'O enredo fala de um médico que cria criaturas monstruosas em uma ilha tropical. Moreau é um cientista obcecado pela idéia de transformar animais em homens através de cirurgias e hipnose. A vivisecação e a transgenia é o crime de que Moreau é acusado ao fazer suas experiências dolorosas em animais. Isto o leva a se refugiar na ilha onde desenvolve suas idéias. Há, nesta obra, toda uma discussão sobre religião, ética científica, behaviorismo e evolução.'

Vamos votar, gente! Entrem no blog do D.A. Veterinária (disponibilizado no link acima) e participar!

Obrigada!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Educar para a vida ou treinar para o mercado?


Por Rozélia Bezerra.

Para iniciar esta conversa trago uma provocação seríssima, feita pelo meu amigo e, apesar de tão distante, companheiro de trabalho, o professor Rafael Ruiz Nós conversávamos, pelo e-mail, sobre a formação de nossos jovens (e nem tão jovens) estudantes. Ele me dizia que as

[...] habilidades e competências são coisas técnicas que se ensinam com o treino. Treinar, a gente treina cachorro. O que é preciso é educar, não treinar. E para isso nem as habilidades nem as competências são suficientes. Ou se tem virtude, ou não se tem. Shakespeare disse tudo sobre o mundo moderno: ser ou não ser. essa é a questão. Parecer é precisamente o que se consegue com habilidades....parecer ser competente. Mas ser competente é outra coisa (RUIZ, 2011).

Esses momentos foram antecedentes à minha preparação para ir apresentar minha tese para o grupo de professores e estudantes que compõem o Grupo de Trabalho que ora debate a elaboração do Projeto Político Pedagógico do Curso de Medicina Veterinária da UFRPE.
Passaram-se semanas. Continuamos nos debates sobre a formação do Médico Veterinário. Novamente, a luta entre ser ou não ser cientista. Treinar ou não treinar, eis a questão.
É sábado. Acordo-me muito cedo e vou ler. Termino Dostoievski (Uma história fantástica) que me falou da necessidade urgente de humanizar o humano. Hã?! Como assim?! De sentir simpatia pelo outro e olhar em seu rosto. Aí pego um artigo de Fernando Cembranelli, sobre um projeto de humanização em saúde e ele (me) pergunta de modo direto: um projeto de humanização para que e para quem? E me diz que é preciso humanizar o humano, para ter simpatia pelo outro e olhar para o rosto do outro. Hã?! Como assim?! E isto é necessário?
 Séculos separam os autores, Fiódor e Fernando, porém eles se irmanam no e através do apelo pela humanização do humano. Aí, me veio a idéia de um outro filósofo: Emmannuel Lévinas que, também nos falou dessa necessidade de olharmos uns no rosto do outro. E meu pensamento vagueia pela a aridez das salas de aula: que espaço é este? Elas são arrumadas de modo a não permitirem as trocas de olhares. O que se mira é a nuca, na maioria das vezes curvadas sobre um caderno, ou, tesas porquê postas naquele que professa aquilo que acredita ser a sua (del@) verdade. Aqui já deu para perceber que me refiro ao professor que fala, fala e fala...e dos, literalmente, alumnis que escutam, escutam e escutam, passivos. É o momento de mirar um rosto que, por vezes, não é o espelho de ninguém. Um espelho machadiano, o espelho do Alferes[1]...
Antes de terminadas as divagações e leituras, minha barriga lembra uma necessidade básica do ser vivente: comer. Vou cuidar do café da manhã, meu e de meus dois gatinhos.

Universidade: clone do mercado?

Como, lavo a louça e volto para a rede e fico a olhar a paisagem. As casuarinas, como braços que se erguem para o céu, se movem, rítmicas, lentas. Lembram uma música de Los Hermanos[2], que fala do vento entrando pela fresta de uma janela, que lembra minha infância na, pequeníssima, Gravatá do Ibiapina (está no google, procurem) e das histórias de cruviana...e eu deitada na rede de meu quarto, agora sinto que é a minha vez de perguntar: quando perdemos a humanidade? E quando isto acontece nos transformamos em que?
Aí, cansada de lagartear, me apego a outra leitura.[3] Desta vez é uma coletânea de artigos organizada por Renato Janine Ribeiro[4]. Na apresentação feita por ele achei, muito bem exposta, diga-se de passagem a pergunta que, ainda, permeia os debates do GT Coordenação do curso de Medicina Veterinária: o curso deve Educar para a vida ou treinar para o mercado?
Olha só, Janine chama isto de “clonar o mercado” (p.15).
Hã!? Como assim?! Deve, então, a universidade clonar o mercado? Ouvindo a maioria dos professores do Departamento de Veterinária diz que sim. Some-se o fato que, para termos o respeito da sociedade, o treinamento deve ser cientificista e com regras. Não retire de mim minha carga de horas-aula senão não terei tempo de formar um cientista. A lebre maluca de Alice...  
Quando a universidade pensa em clonar o mercado sua prática de ensino será pautada no treinamento d@[5] estudante. A formação terá como meta as competências necessárias para ocupar um cargo. Neste caso, a universidade será um simulacro da empresa que absorverá o futuro profissional. Sua proposta curricular privilegiará as disciplinas escolares voltadas para atender a demanda do mercado. Ora, quem deve treinar o estudante é a empresa que deseja ter um empregado com habilidade. A universidade deve conduzir o estudante em seu processo de formação total, inclusive a técnica, mas também a arte, inclusive a da vida.
Na minha inquietude habitual, lembro de um autor que estuda o Currículo. Paro de ler Janine. Vou lá na estante e pego o livro de Miguel Arroyo. Em seu mais recente estudo sobre Currículo (2011) lá na página 102 ele considera que “Quando os educandos são reduzidos a empregáveis a docência transforma-se em treinamento”.
Palmas para Rafael Ruiz.
Casa Forte, no Recife.
2011.
____________________________

[1] Conto que me lembra a História da Medicina, quer humana, quer Veterinária...
[2] Maria Clara, labhumanina como eu, sabe do que falo...
[3] O sábado pela manhã é convidativo porque não faço nada por obrigação, nem tenho a correria dos dias que tem feira como extensão. Todos tão corridos e atarefados, mal dá tempo de saber quem sou de verdade. A pausa nessa correria toda é a terça-feira entre meio dia e 13:30, quando nos reunimos no Laboratório de Humanidades. O oásis na aridez do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE.
[4] RIBEIRO, Renato Janine. Apresentação do Organizador. In: HUMANIDADES um novo curso na USP. São Paulo: EDUSP, 2001. p. 11-30.
[5] Usarei a convenção @ para me referir ao sexo masculino e feminino.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

I Simpósio de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do CRMV - PB


O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba - CRMV-PB irá realizar neste mês de Março de 2012, nos dias 23 e 24, o I Simpósio de Ética, Bioética e Bem-estar Animal na cidade de João Pessoas -PB.

O evento tem o objetivo de favorecer a construção de conhecimentos e atualização na área de ética, bioética e bem-estar animal, discutindo temas  numa ampla abordagem  com a participação de especialistas na área.

O público alvo será os profissionais e estudantes das áreas de Medicina Veterinária e Zootecnia.

O Local do evento será no Auditório da Superintedência Federal de Agricultura no Estado da Paraíba - SFA/PB.

A programação está disponível no site do CRMV-PB.

As inscrições poderam ser feitas gratuitamente através do email crmvpb@crmvpb.org.br.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Breves, brevíssimas notas sobre consciência, conscientizar(ção), Alice, Matrix e Sociedade dos Poetas Mortos. O que tem em comum?

Este é um pequeno ensaio [ou nota, como o próprio título diz] produzido pela professora Rozélia Bezerra, coordenadora do Laboratório de Humanidades da UFRPE.
 
Breves, brevíssimas notas sobre consciência, conscientizar(ção), Alice, Matrix e Sociedade dos Poetas Mortos. O que tem em comum?
 
Por Rozélia Bezerra
Na terça-feira (07 de junho de 2011) nos reunimos no LabHum-UFRPE para continuar a leitura de Alice Através do Espelho. Lá pelas tantas, chegamos no ponto de debater a pressa da rainha e sua corrida desenfreada com Alice. Foi quando alguém perguntou: Correr para que? Para chegarmos em que ponto? E Máina falou da loucura da universidade, da corrida desenfreada pelo tal curriculum lattes, da afobação que se vive, dos baobás, poucos, mas poderosos, alimentados pela corrida científica.  Aí alguém lembrou que só entra nessa correria quem assim o deseja, que quem tem consciência não faz isto. Foi quando questionei: Então, o que é consciência? Alguém falou de “ego, super-ego, id”. Carol falou que treme nas bases quando ouve estes termos. E eu perguntei: Alguém é capaz de conscientizar o outro? E Maria Clara...“desisto, não sei o que é. Acho que é moral”. E Rhayssa lembrou de Paulo Freire, e disse que "não, não se conscientiza o outro". Nesse ponto chegou-se à conclusão: consciência é algo que a gente tem ou não. Vinda de fora passamos a ser doutrinados.
Pois bem, a partir daqui prefiro trazer algumas notas. Primeiro esclarecer que é impossível esgotar o tema, principalmente, em tão pouco tempo como é o LabHum e mesmo aqui neste texto, por isto mesmo as notas, anotações.
As meninas (elas sabem quem são) disseram que pegaram uma mania de analisar a etimologia das palavras para compreendê-las. Então vamos fazer essa digressão para segui-las e para tentar compreender a tal consciência, conscientizar(ção). Co, cum, dá a idéia de contiguidade, continuação, companhia. Por sua vez, ciência, (do latim sciēns-entis) significa conhecimento, saber, informação. Portanto, consciência (do latimconsciens-tes) significa ter conhecimento de algo e conscientizar-se é tomar consciência de uma dada realidade concreta, que tanto pode ser existencial, quanto social. Isto não é fácil e deriva de um longo esforço.
Tem um blog que gosto porque nos fala, de modo simples sobre de coisas complexas[1]. Considero feliz o que o dono dele (nem sei se é assim que fala) escreveu sobre conscientizar-se. Olha só: “un ciego no ve las cosas porque alguien se las describa. Tiene que verlas él mismo. A ese ver él mismo es a lo que podemos llamar concientizarse, o sea, a una especie de comprensión que nace de un esfuerzo prolongado.Porque implica una lucha y conquista personal de la libertad, de la autonomía del sujeto, y, como decía Paulo Freire, la libertad es un parto lento y doloroso”.
E eu pergunto: quem quer algo difícil e doloroso? É tão mais fácil a efemeridade do moderno! A certeza conferida pelo moderno. A indiferença que este moderno favorece. E isto nos leva a correr e só ver, de passagem, as coisas e as pessoas que estão ao nosso redor. Seja correndo com a Rainha, seja correndo atrás do Coelho Branco, estamos correndo. E, se não tomarmos cuidado, daqui a pouco estaremos repetindo o que eles dizem “Mais rápido, mais rápido...é tarde, estou atrasado, estou atrasado”.
Neste ponto lembro de filmes: “Matrix” (com sua fé absoluta na ciência e o esquecimento do humano e no ser indiferente) Por fim, chamo a atenção para uma coisa: o fato de conhecermos um caminho nos leva, necessariamente, a enveredar por ele ou somos livres para uma escolha? Recorro ao filme  “Sociedade dos poetas mortos” para pensar sobre a vida ser feitas de escolhas e ser um poema. Por isto reforço a pergunta essencial que o professor faz aos meninos: “com qual verso você quer contribuir?”.


[1] http://educayfilosofa.blogspot.com. Por Marcos Santos Gómez.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

I Colóquio Internacional de Humanidades e Humanização em Saúde


O Centro de História e Fisolofia das Ciências da Saúde - CeHFi da UNIFESP irá realizar nos dias 16, 17 e 18 de Novembro de 2011 o I Colóquio de Humanidades e Humanização em Saúde. O evento promoverá o encontro de estudiosos da temática humanização, um espaço de encontro e discussão de ideias e experiências realizadas nos âmbitos nacional e internacional.

Para maiores informações acessar o site: http://www.unifesp.br/centros/cehfi/1o_coloquio/index.html

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mudança no local do Colóquio de Medicina Veterinária

Pessoal, houve uma modificação APENAS NO LOCAL do Colóquio de Medicina Veterinária desse mês.

Será no D.A. VETERINÁRIA!
MESMO HORÁRIO E DATA.


Grande abraço e vejo vocês lá!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Colóquio de Medicina Veterinária: o ensino da medicina veterinária

 
Olá, pessoal.

O D.A. Humanidade e o Laboratório de Humanidades convidam todos a participar do
 
COLÓQUIO DE MEDICINA VETERINÁRIA: o ensino da Medicina Veterinária.

a ser realizado no ANFITEATRO da REPRODUÇÃO do Hospital Veterinário

pela manhã, das 9:00 às 12:00 horas
a tarde, das 14:00 às 17:00 horas

O que acontece no ensino da medicina veterinária hoje em dia que faz com que estudos indiquem que somos os estudantes mais deprimidos dentre todos os outros?

Vai ser muito interessante tentar responder isso!

Grande abraço